domingo, janeiro 28, 2007

A igualdade absoluta é a maior desigualdade possível


Falemos então de igualdade... a verdadeira.
Conceito divisor de sociedades e pessoas desde os primórdios da humanidade, a 'Igualdade' revela-se um conceito acentuadamente abstracto.
Pergunto: o que é a igualdade? Responde o dicionário (na acepção que nos interessa): princípio de organização social segundo o qual todos os indivíduos devem ter os mesmos direitos, deveres, privilégios e oportunidades. Ora, esta definição, para mim, tem muito que se lhe diga. Os direitos e as oportunidades não podem ser todos iguais para todas as pessoas, isto é, devemos tratar por igual os iguais e diferente os diferentes. A raça humana é caracterizada, essencialmente, e para além da racionalidade, pelo pluralismo, a todos os níveis. Ora, se somos diferentes, defender a igualdade absoluta é estar a estancar uma das maiores características humanas (a diferença). Vêem para aí esses intelectuais iluminados e donos da razão defender a igualdade absoluta entre os homens, não se apercebendo da contradição em que caem.
Exemplo: a minha escola tem algumas pessoas em cadeira de rodas. Logo, diferentes de mim, certo? Se o arquitecto do edifício fosse um desses 'iluminados' igualitaristas descabidos, teria considerado que todos são iguais a ele (igualdade absoluta) e, portanto, não haveria uma rampa feita especialmente para as pessoas em cadeira de rodas. Acho que me fiz entender. Exactamente por eu, ou o arquitecto, sermos diferentes dos indivíduos portadores de deficiência motora, que estes últimos têm de ser tratados de forma diferente, porque são diferentes, merecem condições especiais.
A igualdade absoluta é, indubitavelmente, a maior desigualdade do mundo, pois não prevê as diferenças humanas (lógico, não).
Uma cara colega de turma fez, então e após a minha simples (acho) intervenção, a seguinte pergunta: "então, se tratas de forma diferente os diferentes de ti, discriminas os negros!?" (o argumento é sempre o mesmo). Respondo: "Não. Não sou eu que acho que a cor da pele é uma diferença, isso foste tu quem disse. Afinal, aqui a racista não sou eu!".
Torna-se, sim, necessário, definir parâmetros que delimitem as diferenças consideráveis, para que se possam adaptar e dar as condições diferentes. Não falem de igualdade sem antes perceberem o que ela é, na verdade.
A igualdade está na diferença...

sábado, janeiro 06, 2007

Já não sei


Sentei-me naquele banco de jardim. Corria uma leve brisa que me envolveu paradoxalmente num misto de certeza e insegurança. Digo e afirmo que tenho a minha consciência tranquila. No entanto desconfio e pondero se não será outra pessoa a quem a consciência pesa.


Tenho as ideias descompostas.

Sempre me compreendeste, sempre me escutaste...por favor entende-me também desta vez. Eu mudei, tu mudaste. Eu fiquei, tu partiste. A mudança era óbvia. Aliás tu foste o primeiro e dizer-me: "Estás diferente Dé, já não és aquela menina tímida que conheci em tempos, agora cresceste, já nem sei muito bem definir-te..."

Eu gosto de ti daquela maneira só nossa, ainda que eu esteja diferente. Eu não te esqueci, pelo contrário deixei-me adormecer em ti de modo a não te esquecer.Sabes que dizer "adeus" custa muito não sabes? Já dissemos "até logo" uma vez, e vês no que deu? Será que vale a pena atenuar ainda mais esta incompreensão?

...

[Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor...]

{The gift - Fácil de entender}

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Feliz Natal!


Albanês - Gezur Krislinjden
Alemão - Frohe Weihnacht
Armênio - Shenoraavor Nor Dari yev Pari Gaghand
Bretão - Nedeleg laouen
Catalão - Bon Nadal
Coreano - Chuk Sung Tan
Espanhol - Feliz Navidad
Esperanto - Gajan Kristnaskon
Finlandês - Hyvää joulua
Francês - Joyeux Noël
Grego - Kala Christougena
Inglês - Merry Christmas
Italiano - Buon Natale
Japonês - Merii Kurisumasu
Mandarim - Kung His Hsin Nien
Norueguês - GOD JUL
Occitan - Buon Nadal
Romeno - Sarbatori Fericite
Russo - S prazdnikom Rozdestva Hristova
Tcheco - Klidné prožití Vánoc
Serbo-Croata - Cestitamo Bozic
Sueco - God Jul
Ucraniano - Srozhdestvom Kristovym


FELIZ NATAL!!! (,")
A todos os visitantes deste meu espacinho desejo que o Pai Natal seja muito generoso com vocês e que vos traga uma imensidão de prendas! :P

"O espírito natalício é algo de tão mágico... Estar com a família, andar pelas ruas e ouvir aquelas músicas de Natal, acender a lareira, ver o sorriso das crianças quando o suspense dos presentes se acaba, até mesmo o banal momento em que saboreamos uma deliciosa rabanada faz parte deste espírito tão belo, deste espírito tão fascinante que prima pela sua SIMPLICIDADE! Eu adoro o Natal! Não são as prendas, não é nada material que provenha do facto de ser Natal...é simplesmente o espírito que se enraiza entre nós nesta época de chuvas, de luzes, de cores...nesta época mais próspera do Inverno. A união deste tempo é algo de tão terno que nos faz querer desejar que fosse eternamente Natal!"
[Prontíssima para passar o Natal na casa do meu papá! (,")]
Um montão de beijos* [My Chemical Romance - All I Want For Christmas Is You]

sábado, dezembro 09, 2006

Equívocos.Paradoxos.


Doce de amora.
Tu deste-me um frasco de doce de amora para os nossos pequenos-almoços em minha casa, naqueles raros momentos em que a casa não é grande nem pequena, é só nossa na medida exacta.
A nódoa da minha t-shirt branca era de doce de amora. Pedaço de céu, espécie de amora.
Amora é o fruto do amor no feminino. Quando nada se conjuga no feminino, amora é amor no feminino. Amora selvagem e doce.
Doce de amora.
Doce de amor.
Equívocos.Paradoxos.
"Saboreia, vá lá" E eu sempre a rir, e tu a levares-me uma colher à boca, devagar.
Dom raro o daqueles que conseguem conjugar no feminino. Mas é doce de amora o que tu dizes, nunca doce de amor, e de facto és mestre a acrescentar apenas uma nota: um "a" a mais. Embeleza e adoça.
Não tem nada de especial, é apenas um "a" a mais.
Doce de amora.
Tu sabes conjugar-te no feminino, chorar no feminino e aninhares-te em mim no feminino. E sabes ser homem, amor, fruto, encontro e paz.
Tudo o que me demora.Tudo o que nos demora.
Também eu gostava de me conjugar no masculino, doce de amor, os homens não choram. Ou se choram ninguém vê.
O silêncio sabe-me a amora...
[Regina Spektor - Fidelity]

sábado, dezembro 02, 2006

Este espírito...


É Natal!
Começa tudo de novo.
É tempo de sair de casa aconchegada nas minhas botas de Outono, gola alta, gorro laranja e cachecol... É tempo de agarrar na mala e correr por entre as ruas do Comércio em busca de um agrado para os que nos são mais queridos.
Podem chamar-lhe época de consumismo, altura de fazer promessas que não se cumprem, ter atitudes bonitas que não se repetem ao longo do ano...pode até ser. Mas para mim muito mais que o dia de Natal é um época especial...pelo espírito, pelas luzes e pelas cores, pelas estrelas, pelos brilhos, pelas árvores enfeitadas, pelas pessoas nas ruas, pelas castanhas assadas quentinhas nas palmas das mãos, pelos beijos debaixo do azevinho.
O espírito natalício é algo de tão mágico...
Estar com a família, andar pelas ruas e ouvir aquelas músicas de Natal, acender a lareira, ver o sorriso das crianças quando o suspense dos presentes se acaba, até mesmo o banal momento em que saboreamos uma deliciosa rabanada faz parte deste espírito tão belo, deste espírito tão fascinante que prima pela sua SIMPLICIDADE!
Eu adoro o Natal! Não são as prendas, não é nada material que provenha do facto de ser Natal...é simplesmente o espírito que se enraiza entre nós nesta época de chuvas, de luzes, de cores...nesta época mais próspera do Inverno. A união deste tempo é algo de tão terno que nos faz querer desejar que fosse eternamente Natal!
("Rocking around the Christmas tree.")
[Extraordinary Machine de Fiona Apple hoje inspirou-me...]

domingo, novembro 19, 2006

Tenho medo do escuro...




Estás tão perto e tão distante. Procuro-te por entre os lençois mas não te vejo, dou voltas e voltas e não te alcanço. Acabo por te encontrar nas minhas memórias, memórias que jamais esquecerei pois tudo em ti é tão perfeito e tão esbelto que te tornas inesquecível.
Lembro de quando te conheci, de quando tive teu corpo no meu, de todos os beijos e de todas as palavras, enfim não consigo esquecer nada onde estejas tu presente.
As mulheres têm o dom de tornar invisivel quem e quando querem, foi precisamente o que fizeste comigo, por mais movimentos que fizesse, mais que fosse a minha arte de contorcionista, nunca me olharias porque nunca reparaste em mim. E por isso te segui até ter certeza que me tinhas "visto". E foi aí que te invadi. Foi aí que eu sei que tiveste a certeza que era o começo da tua felicidade. E foi assim, daquele momento único e singular sob as primeiras chuvas de Outono que nasceu a sintonia entre nós, que nos tornámos um só. Guardei-te dentro de mim, aprisionei-te em mim para nunca mais te deixar.

Tenho medo do escuro, preciso da luz dos teus olhos...

Amo-te muito

quarta-feira, novembro 15, 2006

Que diferença faz?




O meu amor por ti tornou-se incontido. Transbordou das veias e das artérias para a pele e da pele para os olhos, até ficar preso em todos os sentidos que me levam até ti: tocar-te, ver-te, ouvir-te, falar-te, cheirar-te, respirar-te. Encontrei-te como quem encontra a gratidão de uma empatia. Era uma ilusão, a tua ilusão cifrada, de que toda a conjugação de factores se resolve no prazer. O prazer do teu corpo no meu é de tal maneira perfeito que se não te soubesse de carne e osso, com existência comprovada, julgaria teu prazer também ilusório. Acordei com a luz dos teus olhos, luz que acende a certeza dos teus vestígios no meu interior. Tens de partir. Não temos nem mais um segundo. Nem tu nem eu sabemos como as coisas serão. Mas no fundo ambos sentimos que para viver em plenitude temos de arrumar o supérfluo nos confins da memória. No sótão da avó cabe tudo. Nada se perde no tempo. As coisas ficam apenas com um ar de miragem triste. A mim está-me reservado o direito de ser o teu Absoluto.

Tu não estás aqui, é um facto, mas que diferença faz?

("A distância é a certeza de que te amo ainda mais...")